"Eu sei como é me sentir sozinho, passei grande parte de minha vida sendo só, andando de cabeça baixa, quieto, com fone de ouvido desligado pra todo o mundo. Não havia motivos pra tirar um dos fones e ouvir alguma pessoa. Não adiantar ouvir alguém que não escuta o que ele mesmo diz. Então, pra que abrir os braços se as pessoas não te dão a mão? Por isso passei tanto tempo em solidão, a tornando uma companheira diária, que me seguia até mesmo no meio de todos. Mas no meio disso tudo, chegou a pequena mudança, mas que revirou minha vida de “um tudo que eu acreditava” pra “uma nova base se fortalecendo”. Achei que fosse impossível, mas achei alguém como eu, alguém que não olhava pra trás independente da dor, alguém que tinha gostos como um espelho meu. Ali, me vi, me imaginei, me conheci, me liguei, me apeguei, me segurei e me fortaleci. Agora, uma sombra além da minha, me acompanhava na rua, de braços dados aos meus, com gestos simples de afeto e palavras sinceras. Agora, ali, tinha você. Dai então, consegui finalmente tirar um lado do meu fone, não para ouvir as pessoas ao redor, mas sim, para dividi-lo com você. Agora, éramos duas almas solitárias unidas, ambas ainda eram por si, mas agora juntas. Aos poucos andei notando a ausência frequente da triste e pesada solidão, sendo substituída pelos seus passos leves e doces, e percebi que nunca andei sozinho. Só estive a te esperar, por que só existe alguém no mundo que vá conseguir te arrancar um fone e saber cantar a sua canção. Muitas pessoas vão querer dançar com ela, mas a pessoa certa vai apenas entendê-la."
Sem comentários:
Enviar um comentário